"O bem-amado": um ensaio sobre o jogo de poder na política brasileira contemporânea à luz da literatura

Autores

Palavras-chave:

poder, justiça, corrupção, hegemonia cultural, subversividade.

Resumo

Este artigo objetiva evidenciar o poder como sendo um fenômeno social ambivalente: pode beneficiar à sociedade ou prejudicá-la; pode proporcionar justiça ou deturpá-la; pode ser incorrutivo ou corrupto. Engano é pensar que todo produto desse fenômeno seja progresso social. Foi na fictícia Sucupira, que Dias Gomes, apresentou o ambiente corrupto e injusto, fomentado pelo prefeito Odorico, o bem-amado. Nesse contexto surge uma inter-relação conflituosa entre o irreverente político, convicto a construir o cemitério municipal, e a classe dominada pela corrupção. Apesar de reconhecer os trágicos problemas da sociedade, o prefeito busca alternativa prometendo soluções mágicas para sanear a situação que cerca o povo. A apreciação desse cenário conduz à conclusão de que a corrupção pressupõe ardiloso processo hegemônico cultural. Introjeta-se a conquista do poder de forma consensual e popular, cuja liderança política e ideológica é exercida por representantes de uma classe. Estimula-se o anseio pelo fantasioso e ilusório mundo, gerando a impressão de que aquele candidato, repleto de propriedades únicas, será a solução para erradicar os problemas sociais. Em generalidade, levada às cegas, a população reproduz aquilo que lhe foi idealizado e defende a verdade implantada nas urnas. O resultado é um governo fundamentado em interesses individualistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Victor Santos Salge, Universidade de Uberaba (UNIUBE)

Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, graduando do 6º período do curso de Direito da Universidade de Uberaba (Uniube); Aluno monitor de Direito Constitucional do Programa Institucional de Monitoria de Ensino – (PIME) coordenado pela Pró-Reitoria de Ensino Superior da Universidade de Uberaba; Pesquisador pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), cuja pesquisa apresenta ênfase no seguinte tópico: A Hegemonia Cultural na sociedade brasileira contemporânea.

Mara Cristina Piolla Hillesheim, Universidade de Uberaba (UNIUBE)

Graduada em Licenciatura em Letras Anglo Portuguesas pela Fundação Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Cornélio Procópio (1987); graduada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (1997) e mestre em Linguística pela Universidade Federal de Uberlândia; Professora titular da Universidade de Uberaba (Uniube) de Linguagem Jurídica, Argumentação Jurídica, Direito das Coisas, Metodologia da Pesquisa em Direito.

Referências

ALVES, Ana Rodrigues Cavalcanti. O conceito de Hegemonia em Gramsci: de Laclau a Mouffe. Lua Nova, São Paulo, 80, p.71-96, 2010.

ARDUINI, Juvenal. Antropologia: ousar para reinventar a humanidade. São Paulo: Paulus, 2002. 171p.

BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2006. 172p.

BRASIL. Constituição Federal. 7. ed. Curitiba: Manole, 2015.

CANEVACCI, Massimo. A cidade polifônica: ensaio sobre a antropologia da comunicação urbana. São Paulo: Studio Nobel, 2004. 262p.

CHAUÍ, Marilena. Cultura política e política cultural. Estudos avançados, São Paulo, v. 9, n. 23, p. 71-84, jan-abr. 1995.

CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 2007. 103p.

COGGIOLA, O. 10 anos de governo PT – Frente Popular. 2013. Disponível em: . Acesso em: 20 jul. 2016.

GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere: volume 1. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1999. 496p.

GOMES, Dias. O bem-amado. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. 120p.

GREENE, Robert. As 48 leis do poder. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. 458p.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional: Esquematizado. São Paulo: Editora Saraiva, 2015. 1560p.

LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2009. 688p.

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2010. 232p.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores, 1999. 733p.

MORAES, Denis de. Hegemonia e contra-hegemonia cultural: a contribuição teórica de Gramsci. Revista Debates, Porto Alegre, v.4, n.1, p.54-57, jan-jun. 2010.

MÜLLER, Friedrich. Quem é o povo? A questão fundamental da democracia. São Paulo: Max Limonad, 2003. 132p.

ROMBAUER, E. Democracia polifônica. Página22. Seção Mosaico. São Paulo, 3 jun. 2016.

RUSSELL, Bertrand. A autoridade e o indivíduo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977. 110p.

SILVA, M. F. L. Rui Barbosa, crítico da imprensa. Observatório da imprensa. Seção Jornal de debates. São Paulo, 30 set. 2014.

SIMIONATTO, Ivete; COSTA, Carolina Rodrigues. Estado e políticas sociais: a hegemonia burguesa e as formas contemporâneas de dominação. Rev. Katál, Florianópolis, v.17, n.1, p.68-76, jan-jun. 2014.

Downloads

Publicado

2017-07-15

Edição

Seção

GT 1