Passado, presente e futuro em "Black Mirror": uma análise do espetáculo punitivo

Autores

  • Hudson Fortunato de Faria Neto Faculdade de Guanambi - FG

Palavras-chave:

black mirror, vigiar e punir, sociedade do espetáculo, estado democrático, espetáculo punitivo.

Resumo

A série “Black Mirror”, criada pelo britânico, Charlie Brooker, é considerada pela crítica como uma das mais intrigantes no cenário televiso por trazer um enredo distópico como plano de fundo para retratar problemas atuais. São sete episódios, dentre eles um merecedor de destaque: “White Bear” ou “Urso Branco” servirá como guia para refletir sobre os espetáculos punitivos detalhados por Michel Foucault em sua obra “Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão”. Ademais, procurando analisar a realidade brasileira e traçar algumas críticas aos mecanismos de mídia e imprensa que se aproximam da violência para angariar espectadores, este trabalho visa promover, ancorando-se na obra “A Sociedade do Espetáculo” de Guy Debord, um ensaio acerca do controle exercido pelos novos meios de comunicação que cegam a população para os compromissos firmados pelo Estado Democrático de Direito. Nesta conjuntura, vários direitos alcançados são relegados a segundo plano, já que parte da população persiste em continuar com os expurgos públicos. A consequência destas circunstâncias não é outra senão um Direito que contempla o espetáculo. Neste ponto, a democracia é dilacerada e passa-se a existir não um estado democrático, mas apenas um espelho difuso do mesmo, escuro, assim como as telas negras da modernidade.

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Referências

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Publicado

2017-07-15

Edição

Seção

GT 4 Direito e Humanidades