TERRITORIALIDADES E ANCESTRALIDADES EM COMUM: PROVOCAÇÕES SOBRE “TORTO ARADO”
Résumé
Neste artigo expõem-se os diálogos possíveis entre a obra “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, e a teoria do comum proposta por Antonio Negri e Michael Hardt. Para nortear a pesquisa, acolhe-se a problemática: em que medida é possível identificar nas conjunturas de territorialidade e ancestralidade narradas em “Torto Arado” uma forma de organização que coadune com a teoria do comum, levando em conta a superação da binariedade capitalista que orbita entre as esferas público e privada, homem e natureza, assim como sujeito e objeto? O objetivo destaca-se em descrever aspectos de semelhança entre as obras que possam auxiliar no resgate da força de afetação que subleva-se da energia do comum e apresenta-se com efeitos políticos e sociais. A metodologia para desenvolvimento baseia-se no materialismo histórico pelo viés de Antonio Negri. Chegando-se a conclusão de que a experiência do comum é realizada na comunhão entre os personagens e no resgate e memória de técnicas ancestrais.