A perda da auréola do bacharel Brás Cubas

Autori

  • Felipe Rodrigues Xavier Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Parole chiave:

pós-modernidade, poeta, jurista, poesia, direito.

Abstract

O jurista Brás Cubas, da imortal obra de Machado de Assis, é uma fusão perfeita das principais características do homem destacado na sociedade brasileira de fins do século XIX: uma riqueza familiar mal explicada e baseada em propriedades rurais, bacharel em direito por Coimbra (apesar do curso tê-lo feito mui mediocremente), permitindo-se iniciativas falíveis e aventuras privadas e públicas, tornando-se político quando o tédio chega-lhe. No mesmo século XIX, a modernidade faz cair a auréola do poeta e o torna um simples mortal na multidão; ele perde a sua individualidade dignificante, como no famoso poema em prosa de Charles Baudelaire. E hoje na pós-modernidade, com o neopentecostalismo jurídico, exames de ordem e a indústria de concursos, a proliferação dos cursos de graduação, o direito como mera técnica instrumental, a baixa qualidade intelectual e profissional de alunos e professores, com a massificação, enfim, Brás Cubas perde a sua auréola de homem importante e influente na sociedade brasileira, assim como o próprio Direito, paradoxalmente quando esta o necessita mais justamente para a concretização do Estado Democrático (e Social) de Direito instituído a partir de 88.

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Biografia autore

Felipe Rodrigues Xavier, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Jurista. Mestrando em Direito no Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista UNESP - Linha de Pesquisa: Tutela e Efetividade dos Direitos da Cidadania com ênfase em Teoria do Direito, Filosofia do Direito e Direitos Fundamentais. Bacharel em Direito pela UNESP. Membro do Corpo Editorial da Revista de Estudos Jurídicos do Programa de Pós-Graduação em Direito da UNESP (REJ). Advogado. Poeta. 

Riferimenti bibliografici

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Pubblicato

2016-07-18

Fascicolo

Sezione

GT 1