A PATERNIDADE RESPONSÁVEL: REFLEXÕES À LUZ DOS FILMES “MEUS 533 FILHOS" E "DE REPENTE PAI”
Palavras-chave:
cinema, paternidade responsável, multiparentalidade, origem genética.Resumo
O cinema é conhecido como a sétima arte. Ele se difere das outras seis, denominadas de “belas artes”. Seu compromisso não é apenas com o belo. Transita entre o belo e o feio, entre a ficção e a realidade. Em seus mais diversos gêneros é possível perceber enredos em torno de temas bastante relevantes. Meus 533 filhos (2011) e De repente pai (2013) são exemplos claro disso. Os filmes nos levam a pensar sobre o direito dos filhos de conhecer a sua origem genética. Neste contexto, o presente trabalho aborda a paternidade responsável e a multiparentalidade. Com base no método jurídico-sociológico, através de revisão bibliográfica, buscou-se fazer uma reflexão sobre a paternidade responsável prevista no art. 226, § 7º da Constituição Federal. Após a compreensão dos filmes em consonância com o sistema civil/constitucional, doutrina e jurisprudência foi possível constatar que, por mais que a origem genética seja extremamente relevante ela não se sobrepõe à paternidade socioafetiva, o que pode gerar a multiparentalidade. Mas, cada caso concreto deve ser analisado. Fato é que a paternidade deveria sempre ser responsável. Ser pai não consiste apenas em fornecer material genético para gerar a vida. É preciso se fazer presente na vida dos filhos.
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Referências
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